Talvez o EP Worker (lançado em janeiro deste ano) dos goianienses
da Cambriana tenha causado um estranhamento para quem conhecia o material
anterior da banda. O álbum abre com What
Light?, que tem uma pegada diferente,
sendo mais eletrizante do que o restante do material. 47 Daughters mantém um pouco da agitação da faixa anterior,
mas já prepara para a calmaria que virá após It
Never Works.
Albuquerque não tinha melhor lugar para ser colocada. A faixa instrumental faz a transição do som mais denso para o que a banda costumeiramente faz. Worker veio mostrar que a Cambriana realmente sabe o que faz. Fugindo do comum, o grupo mistura influências, mantendo autenticidade e unidade. (E ainda desafia os conservadores ao cantar em inglês!) Os elementos se complementam com facilidade, sem haver conflito. O sexteto sabe como fazer experimentações que conversem entre si. O resultado é um som rico.
Afraid of Blood é um exemplo de trabalho de estreia bem sucedido de
uma banda que não tem medo de errar. Se às vezes é preciso garimpar com atenção
a discografia inteira para encontrar um material de qualidade em algumas
faixas, a Cambriana vai pela mão contrária. As seis canções do primeiro EP trazem
riqueza na composição e misturas que dão toques sutis.
Mais concentradas nos vocais e no
ritmo não exaltado da bateria, as faixas fluem de um modo natural. Afraid of Blood tem um trabalho
introspectivo que soube ser modelado fora do óbvio, conseguindo fugir da
mesmice de um cenário em que já ouvimos de tudo e mais um pouco. É difícil não
se deixar levar pela delicadeza de The
Sad Facts. A faixa de abertura resume muito bem o desenrolar do restante do
EP. Limpo, simples e ótimo.
As primeiras faixas do álbum de estreia, House of Tolerance, continuam no mesmo ritmo do EP. Já Safe Rock adquire uma atmosfera mais densa. A guitarra sobressai mais do que antes, tirando um pouco o espaço do ritmo dado pela bateria. Os rifes assumem o papel de transmitir a introspecção um pouco mais fechada.
Depois de mudar o ritmo em Better Days, puxando um pouquinho mais para o pop, o restante de House of Tolerance volta a tomar o rumo das faixas anteriores. É perceptível que a banda mantém um nível estável, mas sem ficar cansativo ou repetitivo. Uma tarefa nada fácil. The Sad Facts e Big Fish tornam a aparecer nesse álbum. Realmente, um material que não merecia ficar de fora.
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Canais oficiais da Cambriana:
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