segunda-feira, 29 de abril de 2013

Som de Cá - As multifaces de Clarice Falcão

Atriz, cantora, roteirista, comediante, namorada de Gregório Duvivier, filha de João Falcão, olhos azuis, ex-estudante de cinema... Você deve conhecer Clarice Falcão por alguma dessas coisas. Mas se não conhece, provavelmente não esteve ligado nas redes sociais e no YouTube nos últimos meses. É na web que a artista multifacetada se criou e faz sua carreira.

- Eu gosto de fazer muitas coisas porque eu acho que elas se alimentam muito mais do que se atrapalham - refletiu.

Clarice faz parte do grupo Porta dos Fundos, que libera semanalmente vídeos de humor em um canal do YouTube. O convite veio depois que Clarice começou a postar vídeos cantando suas composições em voz e violão. Assim, Clarice lançou dois clipes dirigidos por Ian SBF - diretor do Porta - e logo em seguida saiu seu primeiro EP com quatro faixas.


Amanhã, dia 30, Clarice lança seu primeiro CD via iTunes. Monomania tem produção de Olivia Byington, sogra da cantora. Com parte do repertório do álbum já publicado na internet - apenas quatro, das 13 faixas são inéditas, além da versão em inglês de "Fred Astaire" que é um bônus -, os cinco shows de lançamento do álbum no Rio de Janeiro já estão esgotados.

Clarice Falcão - Monomania (Independente - 2013)
- Eu não botei todas as músicas na internet até para ter alguma surpresa quando o CD sair, pra ter uma graça quando ouvir uma música pela primeira vez e descobrir tudo isso - disse Clarice, que 24 horas depois de liberar o disco para pré-venda já alcançou o terceiro lugar do iTunes.

Para se dedicar às apresentações ela pediu uma folga para se preparar para a estreia nos palcos. Para adaptar a sonoridade do disco no palco, Clarice chamou amigos que irão tocar ukulelê, cello, violão, baixo e percussão, revezando vez e outra. Além das faixas do disco o repertório dos shows contará com músicas que ela compôs mas ficaram fora do disco.

Monomania é um disco sobre o amor. Mas ele não é tratado de forma séria e dramática. Clarice prefere apostar em letras leves e tragicômicas. O amor é o principal personagem do trabalho, que acaba sendo um "CD sobre uma pessoa só".

- Eu sempre me interessei muito por esse sentimento que mexe com a cabeça das pessoas. Isso muda muito a vida de alguém e as músicas eu fiz todas olhando por esse prisma. Esse álbum é sobre como a pessoa fica maluca quando está apaixonada, e só consegue falar disso, fica um pouco neurótica e as músicas falam todas sobre o mesmo assunto, o mesmo tema. Elas são um pouco monomaníacas.

Algumas letras do álbum são cinematográficas. Ao ouvir "Oitavo Andar" dá pra imaginar todas as cenas descritas na música que tem um tom dramático e engraçado. "Eu me lembro" é a história de um casal que narra o primeiro encontro. A construção da letra mostra as divergências na lembrança de cada um e as primeiras impressões. O capixaba SILVA é o par de Clarice na faixa.


"Eu esqueci você" foi a primeira das inéditas a ser liberada. Ela abre o disco e pode ser baixada de graça no iTunes. A sonoridade é baseada no pop e no folk, o que atrai um público bem alternativo. "Um só" tem a melodia mais bonita do trabalho e a letra é uma das menos divertidas, porém mais romântica que todas as outras. "Fred Astaire" é quase uma chanson francesa moderna cantada em português. Em "Talvez", Clarice deita sua voz na cama feita pelo baixo acústico. Quem ouve a melodia fofinha não imagina que ela vá citar a dança na garrafa na letra.


Para uma estreante no mundo da música, Clarice se mostra madura e com uma proposta coerente com seus outros trabalhos. Como cantora ela também mostra seu lado de roteirista e atriz, afinal, todos os ofícios se complementam artísticamente.

- Cantar e compor é onde eu sinto que estou exercitando mais lados. Acho que se eu tivesse que escolher uma só carreira eu escolheria isso porque é onde eu sinto que estou fazendo mais coisas - completou a cantora.


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