terça-feira, 2 de julho de 2013

Som de Cá - Desamores e amores

No último dia 14, Phillip Long voltou a ativa e lançou mais um álbum, Gratitude. O cantor e compositor folk traz um trabalho diferente dos anteriores. Embora ainda embasado na voz e violão, as faixas têm o lado bom de quando se está amando. Bem mais otimista, as composições se diferem das lançadas nos últimos dois anos. O parceiro de longa data, Eduardo Kusdra, assina novamente a produção, além de tocar alguns - muitos - instrumentos.

"Grace" já abre dando o tom que segue no restante do álbum. A declaração é simples e, ao mesmo tempo, tão direta e incisiva. A instrumental "Road To You" nos faz abrir um sorrisinho bom e tímido. A música ajuda a buscar um rosto que é agradável de admirar e é bom de reencontrar.




"Want Someone To Remember Me" parece que titubeia um pouco para voltar ao estilo dos outros álbuns. A faixa não é bem uma declaração, pondo de modo interessante a vontade de se ter alguém que se importe com o outro. Phill Veras assume o vocal principal e Phillip, o backing vocal. Trechos em inglês e português se alternam, dando uma leveza diferente à música.

O álbum de estreia, Man on a tightrope (2011), tem como destaque as faixas "Don't be silly" e "J'ai besoin d'entendre". Fáceis de ficar na cabeça, as composições trazem sentimentos opostos. A primeira é a dificuldade de lidar com o orgulho da pessoa amada. Já a segunda traz o medo de amar por não estar acostumado a ter alguém a seu lado. A mudança brusca tem como consequência a insegurança de ficar novamente sozinho.


A influência fortíssima do folk fica clara em todo esse trabalho. "So you don't think twice" e "Lady of cabaret" com voz e violão lembram o estilo calmo de voz arrastada de Bob Dylan. As composições do álbum são bem introspectivas, rumo que Phillip Long segue ao longo de sua carreira.


O primeiro dos quatros discos de 2012, Caiçara começa com o ritmo do trabalho de estreia, mas logo assume um tom mais animado, com mais instrumentos e menos reflexivo. Faixas como "Love's Gonna Kill Us" trazem solos de guitarras no lugar do calmo violão e um ritmo mais imponente, levantando os ânimos. "The Girl Who Lives In India" tende a ser uma balada. A batida marcada e constante pontua a distância.



Dancing With Fire (A Folk Opera) remete ao primeiro álbum. Com faixas de voz o violão, o terceiro disco volta a temática da confusão do amor, que ora é arrebatador, ora está desgastado. "We Were Giants" retoma a crise no relacionamento e como pouco a pouco as emoções começam a se diluir. "So Old To Fall In Love" é a triste (repetitiva) afirmação de que já se está muito velho para amar. É um pedaço daquele momento de crise em que se sente deslocado do mundo quando se anda só.



Em menos de quatro meses (!), Phillip Long lançou Atlas. O trabalho prossegue com o atordoado sentimento de não pertencimento e o distanciamento do amor. O compositor põe, de forma clara, o egoísmo de si e da companheira. O monstro, ou animal, que cada um carrega consigo e acaba atacando o outro, mesmo que sem motivo, sem razão, sem desculpas.


Pra fechar 2012, Phillip lançou Sobre Estar Vivo. O EP se difere dos álbuns anteriores por trazer composições somente em português. Enfim, a temática da saudade e do amor bom aparece nos versos. O sentimento de distância e de falta dão umas pontadas no peito, mas, ainda assim, as faixas são otimistas quanto a volta da pessoa amada.


Todos os álbuns do Phillip Long citados acima têm download liberado (!) no Musicoteca.
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