quarta-feira, 12 de junho de 2013

Quem conta um conto - Construindo sentido


Uma imagem vale mais do que mil palavras. E quanto vale uma imagem feita de palavras?

A poesia concretista, que não cabe em texto, que transborda em formas. Letras que reforçam ideias, emolduram pensamentos. A literatura se transformando em elemento de análise para além do significado de frases. Se nenhum verso é construído por acaso, nesse estilo o posicionamento de cada caractere acrescenta uma nova visão.

Pêndulo, E. M. de Melo e Castro, 1961.

Velocidade, Ronaldo Azeredo

Influenciada pelo concretismo europeu aplicado na música e nas artes plásticas, em 1930, a Poesia Concretista foi fundamentada em 1956, com a Exposição Nacional da Arte Concreta, no Museu de Arte Moderna de São Paulo. Augusto de Campos é o principal nome brasileiro desse estilo de poesia.

Com o compromisso de romper com o estilo literário da época, a poesia concretista inovou nos campos semântico, sintático, léxico, morfológico, fonético e topográfico. No novo estilo, o jogo de posição das palavras quebraria a linearidade dos versos e desregularia a métrica. A sonoridade foi posta de lado para a valorização do visual. O leitor tem, primeiro, a percepção da imagem e, depois, do texto. Unindo os dois elementos, ele consegue completar o sentido da obra.

 
Xícara, Fábio Sexugi



Lixo/Luxo, de Augusto de Campos



 (Beba) Coca Cola, Décio Pignatari
A poesia concretista também assumiu a crítica social como bandeira de expressão. Em (Beba) Coca Cola o jogo de cores remete à logomarca da Coca-Cola, além de citar, diretamente, a famosíssima companhia de refrigerante. Décio Pignatari, outro importante artista do período, transforma todo o significado no principal slogan da marca ao reposicionar as letras de "Beba Coca-Cola". O pensamento do artista é construído em cima de um único elemento, mas que é um símbolo.









Pós Tudo, Augusto de Campos

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