Trazendo novos ares à cena independente, Sarah Abdala já pode ser considerada uma veterana na música. Apesar de ter lançado seu Futuro Imaginário este ano, a cantora e compositora já circula no cenário musical nacional há um tempo. Nascida no estado de Goiás, a artista já participou de diversos festivais no Brasil e na Argentina, até vencer em 2011 o reality musical Geleia do Rock, no Multishow, com a banda Theremim.
Após o fim do programa, a banda lançou na rede as canções “Aviso Que” e “Norte”, que três anos depois também figuram em sua estreia fonográfica, só que com o bônus da produção de Marcelo Callado e Estevão Casé e uma pegada mais solar e roqueira.
No ano seguinte, com o fim do Theremim, Sarah se juntou ao parceiro Antônio Pedro no projeto Par. Com foco em canções mais intimistas, a dupla lançou clipe para as faixas “Quando” e “Devolva o Meu Amor”, esta última também presente em Futuro Imaginário, em uma versão menos “luau” e mais encorpada com elementos que deixaram o arranjo simples muito mais bonito. Outra canção do disco que também integrou o repertório do Par foi “Do Teu Olhar”. Se antes ela era conduzida apenas pelo piano e violão, no trabalho solo de Sarah ela ganha uma leve distorção de guitarra e o acompanhamento de baixo e bateria.
Futuro traz notáveis influências de Los Hermanos em faixas como “Negativa”, “Até” e “O Tempo Que Dá”. “Novos Recifes” tem riffs vibrantes apontando para uma sonoridade mais próxima do rock alternativo. Já a faixa-título tem um clima solar, agradável como um fim de tarde na praia, mas com uma dose de melancolia.
Mas o ponto alto é “Velho Filme”, faixa (muito bem) escolhida para encerrar álbum. Um clima soturno provocado pela guitarra arrastada faz dessa uma das pérolas da nova música brasileira. Para tornar a canção mais grandiosa, Sarah divide os vocais com Dado Villa-Lobos. E com este ótimo trabalho, a artista molda um futuro muito além da imaginação, e cada vez mais palpável.
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