A relação entre Marcelo Camelo e Mallu Magalhães foi cercada de polêmicas no início, mas ao longo do tempo, as pessoas foram se acostumando. Interessante é ver como a carreira de cada um deu um salto, já que Camelo, músico mais experiente passou a influenciar a carreira de Mallu e vice-versa. Agora juntos e fora do Brasil, os dois artistas resolveram se juntar ao português Fred Ferreira - baterista do Buraka Som Sistema e Orelha Negra - e formaram a Banda do Mar.
Com o primeiro disco homônimo lançado no fim de agosto, o grupo não traz muita novidade para a música atual, mas apresenta um trabalho com uma sonoridade solar e muito agradável aos ouvidos, com rocks retrô e canções com cheiro de maresia. O clima já começa lá no alto com a abertura "Cidade Nova" e com a deliciosa "Mais Ninguém", cantadas por Camelo e Mallu, respectivamente. É notável o quanto a jovem, que vivia à sombra da influência de Bob Dylan, está cantando melhor. A voz menos arrastada, mais audível e madura.
"Hey Nana" traz toda a característica do Los Hermanos, enquanto "Muitos Chocolates" tem uma pegada rock and roll, lembrando um pouco Rita Lee ou Mutantes. Mais uma vez, Mallu mostra como sua voz está firme e segura. Já a bela "Pode Ser" parece ter saído de Toque Dela (2011), segundo álbum solo de Camelo. Outra que está neste pacote é "Dia Clarear".
Mais uma vez Mallu flerta com os anos 1970 com a faixa "Mia", que lembra um pouco o movimento tropicalista, com uma mistura de percussão e um solinho de guitarra guiando a melodia. Já "Me Sinto Ótima" tem uma levada de rock dos anos 1960. O que se percebe é que as faixas cantadas por Mallu são as que trazem elementos diferentes ao trabalho, fugindo um pouco da sonoridade "hermana" de Camelo.
O disco segue para um final acolhedor com "Faz Tempo", "Seja Como For" e "Solar". E "Vamos Embora" fecha o álbum como um fim de tarde na beira do mar, no melhor clima possível.
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