terça-feira, 30 de setembro de 2014

Ao Vivo - Pegando pesado com o que flutua

Em 2007 o Luxúria estava no topo do mundo. A banda já havia emplacado hits no rádio e na MTV, lançado um ótimo disco por uma grande gravadora, abriu os shows da primeira turnê do Evanescence no país e colocou duas músicas em trilha de novela. Ótimo para um grupo que tinha pouco mais de dois anos de mídia. Mas em 2008 a banda mudou, assumiu o nome da vocalista, e entrou em um outro momento. Rock ainda era, mas o clima era mais ameno, mas ainda cheio de vigor. Três anos depois, já acompanhada de outros músicos, Megh lançou seu segundo disco solo, ainda mais ousado, flertando com o samba, o brega e o r&b. Com duas gravidez entre os dois trabalhos, a cantora acabou desacelerando e fazendo poucos shows.

Agora ela retoma sua vida nos palcos, com novos músicos e novo show. A turnê Marimbondos começou na segunda quinzena de setembro e tem a proposta de fazer um apanhado da carreira de Megh durante uma hora de apresentação. Depois de anos sem se apresentar na cidade maravilhosa, no último dia 27, Megh retornou aos palcos do Rio de Janeiro em uma apresentação intensa, pesada e emocionante.

A escolha do lugar pareceu perfeita para a ocasião. O palco do Rio Rock & Blues é pequeno e aconchegante, o que permitiu uma interessante troca entre público e banda. Pouco depois das 23h, O Disco Voador, banda de São José dos Campos que conta com Davi Oliveira (guitarra e voz) e André Moura (baixo), abriu os trabalhos da noite esbanjando todo o peso possível logo na introdução. Com isso, eles arremataram o público e ganharam novos fãs que estavam ali ansiosos para ver o show de Megh. O som porrada animou a abertura e mostrou a competência e talento dos músicos. Além disso, Davi se mostrou um show man, dançando e divertindo o público com sua postura insana e desapegada.

E então veio o tão esperado momento. Com leves acordes de guitarra, Megh subiu ao palco causando alvoroço da plateia que, eufórica, cantou com a artista os versos de "O Rei". Em seguida veio a furiosa e brega "Foguetes", e "Da Minha Vida Cuido Eu". Faltou fôlego para acompanhar, mas a plateia ficou hipnotizada, flutuante, com a destreza e peso que a banda apresentou, contrariando a letra de "Foguetes", que diz para não "pegar pesado com o que flutua". Dessa forma, as canções da carreira solo dela foram readaptadas para serem executadas de uma forma mais rock and roll, sem os metais e as camadas de teclado e violão apresentadas nos discos.

O show seguiu com "Vestido de Festa", último single lançado por Megh, um jazz que ficou nervoso com apoio dos incríveis Rodrigo Bala (guitarra), Ricardo Pakal (bateria), Davi e André. Após "Inveja", os fãs mataram a saudade da antiga banda com a clássica "Cinderela Compulsiva". Então o show foi começando a ficar mais suave com "Ele Se Sente Só" - primeira música que ela lançou como Megh Stock -, a bela "Em Voz Alta" e o auge com "Lama", cantada com emoção e em uníssono pelo público ali presente.

"Imperecível" manteve o clima nostálgico, principalmente dos fãs que acompanharam a carreira do Luxúria pela MTV. "Aqui Jaz" foi a primeira novidade da noite. Parceria de Megh e Davi, os dois dividiram os vocais na música e mostraram um entrosamento interessante. Tal sintonia foi mostrada durante todo o show, com Davi exaltando o talento da parceira. A outra novidade foi "Marimbondos", música inédita que alterna entre o arranjo marcado e dançante e a porrada do refrão que explode no final.

A explosão deu o clima do fim do show, com a incrível "Fechar Os Olhos" e "Ódio", faixa que catapultou a carreira da antiga banda e fez Megh chegar onde está hoje, com fãs fiés, pés no chão e um talento indiscutível.


Setlist:

O Rei
Foguetes
Da Minha Vida Cuido Eu
Vestido de Festa
Inveja
Cinderela Compulsiva
Ele Se Sente Só
Em Voz Alta
Lama
Imperecível
Aqui Jaz
Marimbondos
Fechar os Olhos
Ódio



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