Como um bom produto da modernidade, os Subtropicais, lá do Rio Grande do Sul, se embrenham em uma cama de gato musical composta por rock, samba, batuque, suingue e distorção. A banda que já roda a estrada há 14 anos, lançou em 2013 seu segundo disco, Produto da Modernidade (Pisces Records), que traz todas as referências distintas que formam uma unidade e definem a sonoridade do grupo.
A faixa-título abre o trabalho e já dá o tom do que vem a seguir. Com muito groove e suingue, é difícil não se contagiar com o arranjo samba-rock. "Venha o Que Vier" já apresenta uma pegada mais rock, mas ainda cheio de balanço, enquanto "Deixa Cair" chega com um clima mais suave, marcado por uma leve percussão.
"Oliveira" é uma das canções mais ricas do disco, que passa da abertura funkeada para o refrão com levada de baião. Os gaúchos também colocam a influência vinda dos vizinhos latinos em "A Cruz dos Anos", que ganha peso no refrão enfático. "Soneca" é uma bossa instrumental que provoca uma viagem e cria um ambiente sutil para a faixa seguinte. Mais voltada pro folk, "Quando o Frio Chegou" tem uma bela camada de piano que dá um tom acalentador para a música.
Repleto de colagens e referências retrô, a bem finalizada arte do álbum também ajuda a entender a proposta de miscelânea e recortes musicais feitos pelo grupo, formado por Alexandre Marques (voz, violão e guitarra), João Ortácio (voz e guitarra), Leonardo Brawl (contrabaixo), Marcelo Brack (percussão) e Diego Berqué (bateria).
"O que esperar?" faz uma boa mescla entre violinos e percussão, e encaminha para a melancolia de "Samba Triste", que termina como um bloco carnavalesco guiado por riffs de guitarra. "Aconteceu" é um dos momentos mais roqueiros do álbum, com riffs setentistas, mas ainda assim, sem deixar de lado o batuque percussivo. Também há espaço para o reggae, que aparece na instrumental "Da Guiné". O álbum encerra com a ótima "Esfinge", que faz um apanhando do disco num arranjo mais nordestino, mas com a cara dos subtropicalistas modernos.
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