Um quarteto carioca aposta no trabalho independente para apresentar o álbum de estreia. Os Dentes foi o nome escolhido por amigo dos integrantes - e acertou em cheio. Com faixas leves e um ritmo com pegada descontraída, quem escuta tende a esbanjar um sorriso. Para começar, Desvenda (2013) é disponibilizado para download gratuito no próprio site da banda. Sem desculpas, é um convite para conhecer os versos e acordes de um grupo de amigos que divide com os fãs ideias e situações. Gus Levy e Rudah Guedes - ambos no vocal e na guitarra - dividem o posto de letrista, as vezes com composição em parceria. Kayan Guter no baixo e Tarso Barreto na bateria completam o grupo.
Na primeira faixa, 'Desvenda', o ritmo bom adiciona graça ao emendar uma estrofe na outra, recurso que dá um dinamismo interessante e começa a revelar o carisma e o modo de trabalho do grupo. O rife já no fim traz uma agonia interessante. Na sequência, 'Breu' não segue com esse peso, mas a letra é mais reflexiva. 'Moca' vem para dar um soco no estômago. Com provocação, uma atrás da outra, reflete sobre a nossa mania de reclamar e reclamar, e só. Nada muda nada em um jogo que é melhor permanecer o mesmo por ser mais confortável, embora insatisfatório.
Em 'Ímpar', alguém roubou um pedaço e eis que surge a incompletude. Um certo alguém pegou uma parte que lateja por faltar. Ninguém completa porque não é igual. E quem disse que não se encaixar é sobrar? Talvez seja a possibilidade de ser livre. Não é? A faixa dá o tom do trabalho de Os Dentes. É uma visão positiva interessante. Nada de bancar o herói, nem de se fazer de forte. Tem um tom de otimismo sem ser cansativo. Acerta no ponto ao ver um lado bom, e com delicadeza. Sorri.
'Por um segundo' a menina consegue escapar. Em 'Bom pra você', hora de explicar o porque foi melhor assim. Verdade a flor da pele. Tantos defeitos expostos em alguns versos. Bem, sinceridade é o forte, pelo menos. Não é por um acaso que a divertida faixa foi escolhida como single de estreia. Um resumo do estilo - e da alma - extrovertida, simples e contagiante.
Os delírios de uma paixão tornam a nos deixar 'Sem Ar'. Em 'Salve-se Quem Puder', um aviso para tomar cuidado com a solidão. Em tom mais sério, a faixa encerra o álbum de um modo que depois de tantos sorrisos, acaba dando vontade de voltar e repetir outra música só para finalizar com a leveza que tem na maior parte do trabalho.
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