sexta-feira, 20 de dezembro de 2013

Som de Lá - Canto marcante

O canto forte e soturno é a identidade de Anna Calvi. Muitas vezes comparada a cantoras como PJ Harvey, Patti Smith e Siouxsie Sioux, a britânica lançou seu primeiro disco em 2011. A sonoridade é indie e totalmente influenciada pelo pós-punk e pelo experimentalismo. Não há uma preocupação de se fazer algo comercial, mas talvez algumas faixas se saíssem bem em alguma rádio mais segmentada.

Anna Calvi (2011) abre com a instrumental "Rider To The Sea" e é seguida pela jazzística "No More Words". A partir daí, a musicista dispara uma sequência de ótimas músicas, parte delas foram singles de divulgação. "Blackout" tem uma pegada mais roqueira, enquanto "Suzanne and I" e "Desire" são grandiosas e lembram o trabalho de Siouxsie and The Banshees. A influência também fica clara em "I'll Be Your Man" e "First We Kiss". "The Devil" e "Morning Light" são mais sombrias e indicam o fim do álbum com "Love Won't Be Leaving", que sintetiza e reforça todas as referências que a cantora apresenta ao longo do trabalho.



Ouvindo a estreia de Anna fica fácil perceber porque a moça se tornou uma das sensações da cena alternativa e arrancou elogios de artistas como Brian Eno, que disse que a artista é a melhor coisa que apareceu após Patti Smith. Para dar sequência ao trabalho iniciado há dois anos, Calvi lançou este ano o disco One Breath, que logo no início já mostra a força encantadora de "Suddenly".


A novidade começa a aparecer em "Piece By Piece" que faz um bom uso de elementos eletrônicos. "Cry" segue o mesmo caminho e abre passagem para a sombria "Sing To Me". Mais uma vez Anna se mostra influenciada pelo pós-rock na faixa "Tristan".


"One Breath", que dá nome a este segundo trabalho de Anna, começa bem experimental e na segunda metade ganha tons de música clássica. Ponto alto do disco. "Love of My Life" talvez seja o momento mais roqueiro da cantora, que lembra algumas coisas de PJ Harvey. "Carry Me Over" também faz parte do grupo das músicas mais interessantes de Calvi, apesar de não apresentar nada novo. O ciclo é encerrado mais uma vez de forma soturna com "Bleed Into Me" e "The Bridge".


Com apenas três anos de mercado musical, Calvi se mostra misteriosa tanto nas capas, quanto nas músicas. Por isso é difícil não se encantar com os olhos verdes e a boca vermelha, que marcam tanto quanto sua voz impecável.

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