quinta-feira, 26 de setembro de 2013

Na Tela - Elenco bom, resultado contrário

por Bruno Bartholini


O estereótipo pode funcionar muito bem no cinema. Pode ser motivo de risadas, identificação, ódio ou para ridicularizar um preconceito qualquer. Mas o excesso deste recurso é perigoso. No caso de O Casamento do Ano (The Big Wedding), mortal. Há Don, o pai de família bem sucedido e infiel (Robert De Niro). Ellie, a ex-esposa amargurada e nostálgica (Diane Keaton). Bebe, a ex-amante que agora é esposa (Susan Saradon). Lyla, a filha que tem ódio do pai (Katherine Heigl). Jared, o filho bem sucedido na carreira de médico, porém virgem (Topher Grace).  O noivo Alejandro, latino adotado, gênio de Harvard - o que era para ser uma novidade no modo de retratar “Alejandros” (Ben Barnes). E, para jogar um balde de água fria na inovação, Nuria (Ana Ayoara) a latina que só pensa em sexo e está ali, óbvio, para acabar com o “problema” de Jared. Apesar de um elenco promissor, a história é ingênua e previsível. Desde os primeiros minutos é fácil imaginar – e acertar – o que e quando vai acontecer.

E o casamento? E a noiva? Ambos deixados de lado. O fio condutor do enredo é colocado em segundo plano e parece uma mera coincidência que haja um matrimônio prestes a acontecer na história. Alejandro irá se casar com Missy (Amanda Seyfried), cujos pais conservadores são contra a união da filha a um latino. Alejandro não tem religião, e Missy promete ao padre (Robin Williams) que a mãe biológica do futuro marido virá ao casamento. Ela sai da Colômbia para se hospedar na casa em que seu filho foi criado, onde o pecado reina. Agora, Don e Ellie, que nunca se divorciaram legalmente, terão que fingir ainda estarem casados em um lar perfeitamente católico.

A trama parece bem bolada em uma primeira impressão, mas logo se mostra fraca e com pontos de virada claramente perceptíveis e nada surpreendentes. Em meio a piadas sexuais batidas, escondem-se algumas tiradas interessantes e sutis. No entanto, a comédia não cumpre seu papel. Parece uma tentativa de continuar na linha de filmes como Entrando Numa Fria e depois em uma Maior Ainda ou Doze É Demais. Apesar do sucesso de todos eles, isso não é um elogio.


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