quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

Na Tela - Os limites do amor

por Letícia Leandro

Como preparar-se para um filme de Michael Haneke? Emoções fortes são sempre esperadas, principalmente se ele for o tão elogiado Amour, um dos grandes indicados do Oscar deste ano. Haneke nos coloca diante do amor, mas não da forma que geralmente conhecemos, um amor romântico e leve, ele nos coloca diante aos juramentos sagrados do casamento "na saúde e na doença, até que a morte nos separe". 

O filme mostra o cotidiano de um casal de músicos aposentados, Anne (vivida por Emmanuelle Riva) e George (interpretado por Jean-Louis Trintignant), que têm uma filha no exterior e vivem tranquilamente sozinhos. O drama começa quando Anne passa por uma cirurgia e fica com um lado paralisado. Com isso, George passa a cuidar da esposa.

Emmanuelle Riva nos arremata com a humanidade e perfeição de sua interpretação de Anne, e nos faz mergulhar na angústia da diegese atormentadora que Heneke nos coloca, levando à reflexão do inevitável fim da vida. O diretor usa o desespero de George ao ver o seu grande amor padecer diante dos seus olhos  e sua impotência e cuidado para construir o pensamento.

Haneke acerta quando discute o amor de uma forma diferente, nos faz pensar nos limites do amor e as variadas formas com que ele se apresenta: o amor em contato com o padecer do ser humano e o exercício verdadeiro do "para sempre".

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