quinta-feira, 11 de setembro de 2014

Faixa a Faixa - Ascensão

Interpol - El Pintor (Matador - 2014)
Pode-se dizer que o novo disco do Interpol, El Pintor (Matador Records – 2014), reforça a identidade da banda apresentada no álbum anterior de 2010. Com um anagrama do nome da banda no título – quando se embaralham as letras de uma palavra para formar outra –, o novo trabalho reafirma a sonoridade sombria, por vezes inspiradas pelo pós-punk do Joy Division, mas com algumas melodias solares, comuns ao rock alternativo. É difícil colocá-lo em uma escala de melhor ou pior disco dentro da discografia da banda, apesar de soar maduro e apontar um desenvolvimento linear e ascendente na música do Interpol.

Para iniciar os trabalhos, o trio – agora sem o baixista Carlos Dengler – elegeu “All The Rage Back Home”, que é também o primeiro single do álbum. A faixa começa melódica e cresce num ritmo iluminado, composto pela bateria marcada e pelos ecos do riff de guitarra. A ascensão sonora faz contraponto com a letra que diz “I keep falling, maybe half the time...”. “My Desire” também segue um ritmo marcado pela guitarra e bateria, com o baixo, agora assumido pelo vocalista Paul Banks, fazendo um preenchimento e encorpando a melodia.

“Anywhere” faz menção à sonoridade dos primeiros discos do Interpol, com uma batida mais seca. Em “Same Town, New History”, a guitarra funciona como um mantra e o ritmo marcado continua presente. A melancolia aparece em “Blue Supreme” e na letra pouco otimista de “Everything Is Wrong”, que é uma das melhores do álbum.

Com refrão entoado como um mantra, “Breaker 1” também aponta uma ascensão nos outros versos, com ecos e reverbs presentes ao longo da melodia. “Ancient Ways” traz a face mais indie da banda, também fazendo referência aos discos que consagraram a banda no início dos anos 2000. O clima permanece em “Tidal Wave”, que, apesar disso, já aponta para um final mais sombrio.

“Twice as Hard” encerra o trabalho de forma bem melancólica, deixando aquela sensação de vazio ao fim da faixa. Um bom motivo para voltar ao começo e aproveitar todo o clima do álbum mais uma vez.

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