sábado, 9 de março de 2013

Som de Lá - Monstros e homens de um lugar distante

É difícil começar a falar sobre o trabalho do Of Monsters and Men porque eles realmente fogem do óbvio. Claro, assim como outros artistas eles têm influências claras e pegam um pouco daqui e mais um tanto dali para compor. Mas a banda já começa fora do cenário mainstream por ser da Islândia. E para sair ainda mais do que há de mais comum: a principal inspiração é o folk.

A vocalista Nanna Bryndís reconhece que a influência cultural faz com que a visão do grupo seja diferente, fazendo com que os integrantes vivam em um mundo próprio. Mas isso não os afasta de questionamentos que são próprios da humanidade. Solidão, cumplicidade, companheirismo e alguns corações partidos são inspirações para o trabalho do Of Monsters and Men.

Com o EP – Into The Woods – e o álbum de estreia – My Head Is An Animal –, lançados em 2011, a banda aos poucos conquistou espaço dentro de seu próprio país para, então, chegar aos Estados Unidos, fazer sucesso em festivais e vir parar no Lollapalooza Brasil deste ano.


Em My Head Is An Animal, as canções trazem traços claros das influências do grupo e mostram um trabalho incrível fora do que estamos acostumados a ouvir por aí. Six Weeks é a música com mais influência pop. Os integrantes cantam inicialmente acompanhados só pela batida do baterista, tendo uma atmosfera convidativa para o público se juntar ao coro. Trechos da música destacam a união como forma de conquista. Ter muitas vozes reforça esse sentido.

Love, Love, Love traz o romance complicado posto de forma simples. As dificuldades de um amor não correspondido são lançadas ao vento sem nenhuma explicação. Declarar que não é possível amar é o suficiente. A melodia é linda e casa perfeitamente. O sofrimento também pode ser belo.



O dueto de Nanna e Ragnar traz o tom certo de cumplicidade que a letra de Yellow Light precisa. A melodia calma e a voz de Nanna fazem com que até mesmo a despedida contada em The Sinking Man pareça suave e não tão difícil como é contada.

Em Little Talk, os trompetes anunciam o destino que não pode ser mudado, o que ocasiona na separação inevitável. Recheada com metáforas, Your Bones tem um ritmo mais imponente. Com o rufar dos tambores que marcam de modo que a música soe quase como um hino. É uma incitação de liberdade e as trombetas anunciam esse novo caminho.


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