A mistura musical apresentada pelo Clube da Esquina no início da década de 1970 serviu de influência para diversos artistas das gerações seguintes. Essa inspiração se mostra ainda mais presente em bandas mineiras, conterrâneas do movimento criado por Milton Nascimento e os irmãos Borges. Um dos grupos que usou essas influências para criar sua própria música é a Radiolaria.
Sem demora, a banda estreou este ano o disco Vermelho, bem produzido por Thiago Corrêa e Henrique Matheus, da banda Transmissor. O trabalho navega entre o folk e o indie rock, criando uma atmosfera sessentista. O clima já é proposto logo na abertura com a faixa "Pedaço de Papel", que é simples, mas leva calma a quem está ouvindo. Com uma pegada mais pop, mas ainda com o clima hippie, "Pra Outro Lugar" dá sequência ao trabalho falando sobre o desejo de mudança, mostrando o movimento da banda.
Felipe Barros, Felipe Xavier, Wagner Costa e Luiz Eduardo Lobo criam uma melodia solar para a canção "Cavaleiro Errante". Já "Devaneio" retoma o clima folk do início do trabalho. Ao vivo, a banda ainda conta com o apoio de Pedro Rios nos teclados. "O Menino Cresceu" é a clara influência do Clube da Esquina, que quebra o ritmo no refrão para falar sobre o amadurecimento do homem.
O disco segue com a pop-folk "2009" que logo dá espaço pro bom "Tango". Essa última é uma ruptura no meio do álbum, mas que não fica deslocada. Pelo contrário, o vigor das guitarras no fim do refrão só deixa mais clara a versatilidade dos músicos. "Pobre Certeza" traz de volta a sonoridade das primeiras faixas e abre espaço para a reta final do trabalho.
"As Palavras" começa acústica e lembra bastante algumas canções de Lô Borges. Já "Lá Fora Faz Sol" é a faixa mais roqueira do trabalho, que nos leva de volta ao final dos anos 1960 e início da década seguinte. Um ótimo jeito de encerrar um trabalho de estreia de uma banda que já apresenta todas as tonalidades possíveis de sua paleta de cores.
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