Ana Cañas - Volta (2012) |
A voz rouca e suave de Ana Cañas está de volta num disco repleto de influências e versões que mostram a identidade da cantora. Volta foi gravado de forma independente e autônoma num sítio e lançado no dia 15 de junho pela Som Livre, que também licenciou o disco. Esse terceiro disco mostra um amadurecimento progressivo da cantora que estreou com Amor e Caos (2007) e virou uma das grandes promessas da nova MPB.
Ana passeia entre os dois discos anteriores. O romantismo do disco de estreia aparece em faixas como "Será Que Você Me Ama?", "Feito Pra Mim" e "Todas as cores". Já o rock, que esteve presente em muitas faixas do Hein?! (2009), também aparece em "Diabo" e "Urubu Rei". Essa última, aliás, pode ser considerada umas das melhores músicas da carreira da artista. A voz rouca e vibrante que junto com a guitarra que vai ganhando corpo durante os quase seis minutos deixam a canção mais visceral. Outra que também está na lista é a faixa que dá título ao disco. "Volta" é intimista, apenas Ana Cañas e seu violão fazendo uma arte simples e bela.
Volta também mostra uma Ana aventureira. Ela se arrisca em francês na versão de "La Vie en Rose" de Piaf e "L'amour", faixa autoral que entrou na trilha da novela "A Vida da Gente". Ana também compõe em espanhol - a bela "No Quiero Tus Besos" é uma parceria com a mexicana Natalia Lafourcade - e faz uma versão diferente e sutil do clássico "Rock And Roll" do Led Zeppelin.
O disco termina com uma versão "caseira" de "Stormy Weather", com pássaros cantando ao fundo e Ana falando no final da faixa. Isso mostra o quanto esse novo trabalho é belo e proporciona um clima acolhedor, tanto pelas canções, quanto pela beleza da voz da cantora. Ana canta e encanta e está longe de comer a própria garganta.
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