domingo, 13 de julho de 2014

Entre Aspas - Manacá

Acordeon e pandeiro são instrumentos pouco associados ao rock. Mas a banda carioca Manacá sabe muito bem usar e misturar esses elementos às guitarras distorcidas. Formada em meados dos anos 2000 por Letícia Persiles (voz), Luiz César Pintoni (guitarra), Daniel Wally (baixo) e Bruno Baiano (bateria), a banda já foi destaque em festivais alternativos, abriu shows do Beirut no Brasil, teve música em trilha de minissérie, lançou um disco produzido pelo renomado produtor Mário Caldato Jr. Logo após o lançamento - que demorou dois anos desde a gravação devido a problemas com a gravadora - a banda anunciou seu fim. Mas agora, os fãs podem ficar felizes. Em maio o quarteto anunciou seu retorno aos palcos e o lançamento de um novo single. Agora com reforço do acordeon de Rodrigo Ramalho, a banda intensifica as performances poderosas influenciadas pela música cigana, baião e simbolismos. Para saber o que vem por aí e conhecer um pouco mais sobre o grupo, confira a entrevista que o STEAM fez com Letícia e Luiz César.

STEAM: A banda entrou em hiato logo após o lançamento do primeiro disco e do primeiro clipe. Por que se separaram naquele momento?

Letícia: Acho que naquele momento cada um de nós precisava reafirmar suas próprias ideias, assim tomamos distância uns dos outros , apesar de nunca termos nos desligado afetivamente.

STEAM: E por que resolveram voltar agora?

Letícia: Saudade.

STEAM: O que vocês fizeram nesse período que ficaram sem a banda?

As Cartas de Amor e Saudade
Letícia: Fizemos muitas coisas... Eu por exemplo, além de ter me tornado mãe... aliás, César também é pai agora (risos)... Protagonizei uma novela, Amor Eterno Amor, e mais recentemente participei da série A Segunda Vez, que estreará em agosto. Também gravei um disco solo, As Cartas de Amor e Saudade, com composições autorais, arranjado pelo acordeonista Toninho Ferragutti, um amigo e parceiro musical.

Luiz Cesar Pintoni: Eu participei e/ou participo de projetos musicais como a Turmalina, o Marte, e Pessoal da Nasa, da qual faço parte atualmente. Além disso dou aulas particulares de música e assistência de câmera.

STEAM: Como o Manacá começou?

Letícia: Manacá começou com meu encontro com César, tínhamos um amigo em comum e acabamos num projeto musical juntos. Também tenho uma amizade longa com Baiano, e logo que eu e César decidimos dar início a esse projeto, convidamos esse baterista de fibra que é meu amigo e irmão Baiano e assim demos início ao Manacá.

STEAM: Como criaram essa estética musical, misturando rock com música regional?

Letícia: Tudo aconteceu naturalmente, simplesmente misturamos as influências musicais de cada um de nós. Eu particularmente vinha de uma pesquisa sobre o sebastianismo no Brasil e outros movimentos folclóricos e messiânicos. Assim acabei trazendo muito das minhas experiências de campo pelo sertão do Cariri e pelas festas de Congada em Minas para o Manacá, principalmente para as composições.

STEAM: O que planejam para esse novo show?

Letícia: Não planejamos nada, a não ser um grande reencontro entre nós e todos os amigos e parceiros do Manacá.

STEAM: Vocês vão apresentar um novo single nesse show de retorno, “Chama-Maré”. Já tem outras composições prontas? Pretendem lançar algum inédito em breve?

Letícia: Vamos lançar um single com uma música nova, ou duas... Ainda não está certo. Também vamos incluir no repertório do show algumas músicas do meu trabalho solo.

STEAM: Que bandas vocês têm ouvido e gostariam de indicar para os leitores do blog?

Letícia: Hum... Muita coisa... Eu posso dizer que tenho ouvido entre outras muitas coisas, André Minvielle, Chico Trujillo, Lhasa de Sela, Siba e a Fuloresta, HK e Les Saltinbanks, The Clash...

Luiz Cesar Pintoni: Muito do de sempre e coisas relativamente novas. O último álbum que fiquei viciado é velho, do Daft Punk, Random Acces Memories. E agora durante as gravações mil vez por dia "Chama-Maré".


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