Uma big band que não chama a atenção só pela quantidade de integrantes, mas também pela qualidade e pelo resgate cultural a que o trabalho se propõe. Sem soar saudosista, a Orquestra Imperial traz de volta a gafieira, misturada a uma pitada de salsa, samba, jazz, bossa nova, marchinha de carnaval e tanto outros elementos. A mistura de ritmos - e de integrantes mais convidados - deu muito certo e rendeu um EP de lançamento e dois álbuns de estúdio.
O EP Orquestra Imperial foi lançado em 2006 e trazia quatro faixas que mais tarde estariam no álbum de estreia. Carnaval Só Ano que Vem chegou às lojas no ano seguinte e chamou a atenção para o tão mesclado encontro. Abrindo com “Me deixa em paz”, já surge aquela vontade de levantar da cadeira, pegar alguém pelo braço e levar
para dançar. A letra curta, com só 7 versos, gruda de um jeito bom e faz abrir
um sorriso enquanto você se controla para não dançar - ou quando cede.
“Sem Compromisso” põe em versos simples o ciúme no samba, quando a moça não quer largar o par que encontrou para dançar. “Obsessão” vem logo na sequência sem respiro para completar a faixa anterior e cabe muito bem. Nada de ficar separado, mesmo depois da desfeita no baile.
“Não foi em vão” põe o ponto final na relação que já estava fadada a não dar certo. Sentir e comprovar a dor foi a confirmação de que é melhor seguir em frente. As coisas vão ficando boas na gafieira e a faixa “Ereção” mostra isso. Entre ida e vindas, fortes emoções. “Salamaleque” é a música para dar a volta por cima - e permanecer dançando.
“O mar e o ar” parece uma faixa
dos Los Hermanos perdida no álbum. Não é para menos, já que Rodrigo Amarante é
um dos compositores, além de cantar. A música dá uma quebra no ritmo das faixas
anteriores. “Jardim de Alah” permanece com essa
lentidão.
Thalma de Freitas e Stephane San Juan seduzem ao cantarem em francês em “Rue De Mes Souvenirs”. Ainda com o ritmo mais calmo, a declaração soa apaixonada, e apaixonante.
“Era Bom” volta à gafieira, mas traz tom de nostalgia, como sugere o próprio título. “Iara” talvez seja a namoradeira que deixou saudade na faixa anterior. “Ela Rebola” é a constatação simples de um amor na gafieira. O rebolado que chama a atenção e prende os olhares.
Opa, mas calma que amor bom não é
aquele fácil nem comprado. “Supermercado do Amor” vem mostrar que é preciso ter
conquista, inclusive para a moça do rebolado da faixa anterior. E para fechar, a instrumental “Popcorn” dá o tom
de um até logo.
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Demorou cinco anos para Fazendo as Pazes com o Swing ser lançado. Como o trabalho anterior teve uma boa recepção, mal se podia esperar pelo segundo álbum, que até saiu rápido já que cada um dos integrantes têm projetos paralelos. “Moléculas” tem o ritmo envolvente com toques de ficção científica e relembra da mistura que o grupo de propõe a fazer.
“Tamancas do Cateretê” volta um
pouco para o curso do primeiro disco, mas parece mais sério sem o otimismo da conquista. “Fala Chorando” tem uma simplicidade
incrível. A dor é colocada de uma forma bela. Difícil não se pegar lembrando de
uma situação em que houve choro porque não havia mais como ter palavras.
Na sequência, um ode ao samba e sua magia de
curar tristezas em “A Saudade é que Me Consola”. Enquanto isso, "Pode Ser" e "Cair da Folia" se completam ao trazerem a separação. Por sorte, a alegria do carnaval ameniza o sentimento e nada parece um fardo tão pesado de ser carregado.
“Enquanto a Gente Namora” retoma
a conquista e a paixão. Mas as quatro faixas na sequência trazem mais reclamação. Erros e perdas fazem parte dos relacionamentos, mas têm muita lamentação que, mesmo de forma poética, fica cansativa. Quem houve na sequência do primeiro disco sente uma falta de leveza “Apaixonado” dá uma respiração, mas ainda não consegue recuperar essa vibração. Fazendo os Pazes com a Swing termina com a instrumental "Mocotó em Tijuana" que também dá um ar de 'até a próxima'.
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