Tiago Iorc - Zeski (2013 - Som Livre) |
O segundo disco de um artista sempre é o mais aguardado. É quando ele decide se vai manter a sonoridade ou arriscar um novo passo - que muitas vezes pode ser para trás. Tiago Iorc parece dar sempre um passo a frente. No segundo álbum ele arriscou um estilo mais introspectivo que o primeiro. Agora o cantor prova o amadurecimento com o recém-lancado Zeski (2013 - Som Livre). Este terceiro trabalho da carreira de Iorc mescla as influências folk de Umbilical (2011 - Slap) com a leveza do indie pop.
Um dos passos mais importantes que Iorc dá neste disco é a escolha de músicas em português para compor o repertório. Quando foi revelado com o álbum Let Yourself In (2008 - Som Livre), o brasiliense só cantava em inglês, talvez por ter passado os cinco primeiros anos de sua infância na Inglaterra. A estreia do músico veio com uma levada pop influenciada pelo R&B e pelo jazz, lembrando artistas como Jamie Cullum e Stevie Wonder.
Agora, Tiago buscou referências que talvez estivessem escondidas em seu inconsciente e gravou duas versões de bandas de rock brasileiras. A primeira é "Tempo Perdido" da Legião Urbana, que Iorc canta acompanhado do violão em um tom melancólico. "Música Inédita" é original dos gaúchos do Cidadão Quem, e aqui ela aparece mais pop. Participa da faixa a cantora Maria Gadú.
SILVA acompanha Tiago Iorc em "Forasteiro", que tem a pegada pop conduzida pela batida e pelo violino do músico capixaba. Já "Um Dia Após o Outro", parceria com Daniel Lopes, não traz nenhuma novidade sonora, mas mesmo assim é uma das músicas mais bonitas do disco.
A primeira parte de Zeski é só de músicas em inglês. "Skin Deep", tem uma melodia suave e propõe o início de uma viagem. "What Would You Say", "Yes and Nothing Less", "It's a Fluke" e "Shelford Road" seguem a linha do álbum anterior, mantendo um clima ameno e reflexivo. "Life of My Love" tem uma aura alegre, contagiante e Iorc canta com um timbre um pouco diferente do comum.
Zeski pode representar um momento de transição na carreira do músico. Assim como a trilha instrumental de mesmo nome divide o álbum em duas partes e sugere uma mudança no curso do rio. O disco mostra que Iorc não descarta nenhuma influência. Pelo contrário, ele agrega para que sua música fique cada vez mais rica de referências.
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