A verdade em meio ao caos

Megh Stock - Minha Mente Está em Seu Caos (2011)

É difícil um artista se manter verdadeiro hoje em dia, mesmo que não tenha tanto êxito. O que mais se vê no mercado musical é um monte de bandas e cantores que seguem a mesma "fórmula do sucesso" em todos os discos para ter o almoço garantido. Na contramão vem Megh Stock. Depois do fim da banda Luxúria, a cantora se arriscou ao lançar um disco solo no qual misturava jazz e blues ao rock, e se emaranhando num estilo pouco popular. Apesar de ter escolhido bem os singles, Da Minha Vida Cuido Eu (EMI - 2009) não levou a cantora ao grande público.

Agora em 2011, Megh volta com o segundo disco solo, Minha Mente Está em Seu Caos, que mantém as influências, mas traz também novos timbres e sonoridades. A face roqueira ainda se mostra presente na faixa "Aqui Jaz", no refrão poderoso de "O Rei" e na balada "Em Voz Alta" - que tem um alto potencial para single. O blues dessa vez está mais forte em músicas como "Na Hora" e "Dúvidas", ambas com ótimos arranjos de gaita. "Vestido de Festa" e "Conhaque" não trazem nenhuma novidade, mas afirmam a qualidade vocal e lírica de Megh.

As novas influências aparecem em "Foguetes", "Caixa Preta" e "Sambando Só". A primeira começa divertida e dançante com o arranjo de trompete e cresce no refrão com riffs e vocais poderosos que mostram a força dos tempos do Luxúria. Já "Caixa Preta" tem uma batida dançante, com influências da soul music e R&B, que remete  o ouvinte à algo de Amy Winehouse e aos primeiros discos de Jay Vaquer, amigo da cantora. Mas um dos pontos altos do disco é "Sambando Só", que como diz o título, é um samba canção que tem a bela letra cantada com suavidade e emoção.

Minha Mente Está em Seu Caos é um disco maduro e verdadeiro, o que prova que Megh não tem medo de se arriscar para fazer sucesso. Com letras ora melancólicas, ora otimistas e divertidas, o álbum é sóbrio e coeso, apesar da diversidade de estilos. Já o caos, fica só no título.