quinta-feira, 18 de dezembro de 2014

Som de Cá - Cenas do próximo capítulo

Rio Grande do Sul tem uma cena musical sempre efervescente, e é sempre fácil achar algum artista de talento e personalidade por aquelas bandas. Emerson Dent é um desses artistas autorais que colocam sua alma e sua experiência e suas músicas. Misturando rock sessentista com folk, blues, tropicália e psicodelia, o músico dá vasão à sua "poesia pop sanguínea" em seu primeiro disco solo, Cenas do Próximo Capítulo (2014).

Natural de Alegrete, Dent integrou a banda Suco Mau no fim dos anos 1990, com a qual lançou dois discos. Depois disso, participou das bandas Brim Curinga e Musical Panorama, e o projeto Cigarro Elétrico, com o qual participou da Virada Cultural de São Paulo.

Em 2011, o músico começou a produção de seu primeiro disco solo que faz parte de uma trilogia que deve ser continuada no próximo ano. Com uma pegada folk e um refrão altamente cantarolável, "Natália" dá boas vindas ao ouvinte e abre o trabalho com um clima divertido e ameno. "Kiss Me Baby" mantém a vibe e abre espaço para o blues que dá título ao disco.  "E quando tudo parecer te fazer sofrer, sorria", canta Dent com a voz rasgada em "Cenas do Próximo Capítulo", que remonta os anos 1960.

O clima retrô permanece em "Junto ao Fogo" e "Sobre Emprego", que tem um arranjo divertido, com elementos circenses e algumas referências aos garotos de Liverpool. "Pra Valer" tem uma pegada mais romântica, porém ressentida, em tom de despedida. E aí vem o clima de bar de beira de estrada na boa "Não Vou".


As referências de música brasileira aparecem em "Ainda Mais Louco", que tem percussão e um arranjo que, se mais pesado, poderia ter sido gravado por alguma banda brasileira dos anos 1980. "Ontem" também é uma das melhores do disco, com uma melodia mais pop e bem feita. E aí voltamos às décadas passadas com "Nem Tudo Está Perdido". "Faz de Conta"já se aproxima da bossa nova, mas sem se descontextualizar do resto do disco.


Com letra irônica e debochada, "Como Manda o Figurino" encerra o álbum como começou, sujo, retrô e com um nível altíssimo. Com produção de Egisto Dal Santo - do clássico A Sétima Efervescência, do Júpiter Mação - e um projeto gráfico super interessante assinado por Rafael Cony, o disco é um trabalho bem cuidado e com uma estética sonora bem pensada e bem elaborada. Melhor que isso, só se fosse em vinil. E que venham os próximos capítulos.


Um comentário:

qtix disse...

Have you ever been confused with the concepts of customer experience and user experience thinking that they are one and the same? For most, it’s still unclear what’s the difference between the two terms. While UX is about digital product usability, CX is about how the customer feels about the brand throughout the whole customer journey. It’s what closes out conversions, and drives long-term loyalty. https://cxdojo.com/cx-vs-ux-the-complete-comparison

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