por Letícia Leandro

O filme mostra o cotidiano de um casal de músicos aposentados, Anne (vivida por Emmanuelle Riva) e George (interpretado por Jean-Louis Trintignant), que têm uma filha no exterior e vivem tranquilamente sozinhos. O drama começa quando Anne passa por uma cirurgia e fica com um lado paralisado. Com isso, George passa a cuidar da esposa.
Emmanuelle Riva nos arremata com a humanidade e perfeição de sua interpretação de Anne, e nos faz mergulhar na angústia da diegese atormentadora que Heneke nos coloca, levando à reflexão do inevitável fim da vida. O diretor usa o desespero de George ao ver o seu grande amor padecer diante dos seus olhos e sua impotência e cuidado para construir o pensamento.
Haneke acerta quando discute o amor de uma forma diferente, nos faz pensar nos limites do amor e as variadas formas com que ele se apresenta: o amor em contato com o padecer do ser humano e o exercício verdadeiro do "para sempre".
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